Tem o nome de Vila por ter sido visitada por D. Afonso Henriques, em 12 de Fevereiro de 1141, que nesse mesmo dia lhe concedeu couto; Boa, pelo facto de seu solo ser fértil; e do Bispo, por aqui ter vivido durante os seus últimos anos D. Sisnando, bispo do Porto.
Fica situada nas vertentes ocidentais dos montes de Rosem, ladeada pelas freguesias de Sande, S. Lourenço do Douro, Ariz, S. Paio de Favões, Rosem e Avessadas.
A sua parte baixa é banhada pelo rio Tâmega, que fazia accionar numerosos moinhos, e proporcionava uma concorrida praia fluvial em Festa-e-Lá, actualmente Praia do Ribeiro de Baixo.
A freguesia é atravessada pelo ribeiro de Lourido, que nasce nos montes de Lidrais, e desagua no Tâmega, no lugar da Ribeira, e, na parte alta, pelo Golas, com nascente nas proximidades das cancelas de Mexide.
Aqui existiu o Convento de Santa Maria de Vila Boa do Bispo, importante mosteiro de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (Crúzios). Foi fundado por D. Moninho Viegas em 990, em cumprimento de um voto feito durante a batalha de Valboa, na qual conquistou aos mouros o castelo de Monte de Arados. A sua igreja foi sagrada por D. Nonego, bispo do Porto, e o seu primeiro abade foi D. Rosardo, natural de França. D. Sisnando, sucessor de D. Nonego, depois de ter combatido os mouros durante longos anos, resignou a mitra do Porto e recolheu-se a este mosteiro, onde professou (1030-1035).
O convento foi reformado em 1605. Mas o cónego claustral André Carneiro de Vasconcelos, de apelido familiar “o Bravo”, não aceitou a reforma. No entanto, continuou a fazer parte da comunidade, posto que com mais liberdade, utilizando o tempo que lhe sobrava das rezas e meditações no desporto de caça. O convento auferia grande parte dos rendimentos das freguesias, cujos párocos, no todo ou em parte, apresentava, como as de S. Lourenço do Douro, Paredes de Viadores, Várzea do Douro, S. Gens de Boelhe (Penafiel), S. Miguel de Bairros (Castelo de Paiva), S. Tiago de Paços (do bispado de Lamego), e, naturalmente, Vila Boa do Bispo.
Exceptuando um curto período em que esteve entregue aos comendatários, o último dos quais foi D. Miguel de Almeida, aqui viveram até 1740 os cónegos regrantes. A partir de então foi ocupado pelos jesuítas até que, sob a acusação de implicados no atentado contra D. José I, foram expulsos pelo Marquês de Pombal, passando então para o domínio público. Por venda, foi depois para pertença de particulares. Os religiosos de S. Vicente de Lisboa, alegando ter pertencido aos cónegos regrantes, questionaram ainda o comprador mas perderam a demanda judicial. A igreja paroquial é a mesma do convento, datando a sua construção dos inícios do século XVII. Em tempos anteriores, o culto era realizado num templo de menores dimensões, cujas ruínas ainda são visíveis perto da actual igreja, que recuperou para si vários medalhões e pedras trabalhadas que levam a deduzir que o primitivo templo seria de traça românica. A igreja é alta e espaçosa, com a capela-mor revestida de belos azulejos. A talha é abundante, de estilo renascentista.
Muito boa está publicação, já agora deixo uma pequena ideia ao Sr António Teixeira, para pensar fazer uma passagem de ano da freguesia, acho que ia ser excelente
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